Foto: Secretaria de Estado de Governo

A visita guiada ao Palácio da Liberdade em Belo Horizonte atraiu grande número de pessoas. Apesar de o dia ter amanhecido frio e nublado neste domingo (28), o público foi de aproximadamente 500 visitantes. A abertura dos portões ao público acontece sempre no último domingo de cada mês. O evento é marcado pela solenidade de troca da guarda e o hasteamento das bandeiras de Minas e do Brasil, com a presença da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais.

O sócio Hirohito Torres Lage, representante do Rotary Club, sede do Bairro Santo Agostinho, foi convidado a fazer o hasteamento da bandeira, acompanhado pelo produtor rural Roberto Cunha Freire, associado do Sindicado de Produtores de Leite da cidade de Leopoldina. A escolha foi uma forma de homenagem ao Dia Mundial do Leite, comemorado em 24 de junho. As bandeiras de Minas Gerais e do Brasil foram erguidas ao som do hino nacional.

Memória

O Palácio da Liberdade reabriu suas portas em maio de 2008, após permanecer quatro anos fechado à visitação pública. Seguindo o roteiro criado por técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), as pessoas presentes foram divididas em grupo de 15 integrantes para percorrer os vários ambientes do prédio histórico.

Para conhecer um pouco da memória do monumento e da história de Minas Gerais, cada turma teve um prazo de cerca de 15 minutos. Com entrada gratuita, o público faz o trajeto que inclui os salões Nobre, Dourado, das Comendas, do Banquete, do Couro e da Rainha. Todos eles foram restaurados e conservam a beleza arquitetônica do projeto original.

O Manual de Visitação possui normas que garantem a segurança do acervo do Palácio e do visitante. A intercambista húngara Zsuzanna, do Rotary Club, a diretora-consultora gastronômica de Belo Horizonte, Denise Lucena, também integrante do Rotary Club, juntamente com outros membros da sede que fica no Bairro Santo Agostinho, participaram da visita ao Palácio da Liberdade.

A abertura dos portões ao público é uma iniciativa que faz parte do conjunto de projetos estruturadores do atual gestão. O livre acesso da população aos bens culturais protegidos é prioridade para o Governo de Minas Gerais. O circuito cultural da Praça da Liberdade, que prevê a integração do conjunto de centros patrimoniais com diversas atividades culturais, científicas e de lazer é um dos destaques desse projeto.

Em breve teremos vários centros culturais abertos na praça, como o Espaço do Conhecimento, na ex-reitoria da UEMG, e o Museu das Minas e do Metal, que ocupará o antigo prédio da Secretaria de Educação.

Estilo neoclássico

A pedra fundamental do Palácio da Liberdade, atual sede do governo mineiro, foi lançada em 07 de setembro de 1985 e sua inauguração ocorreu em 1898. Projetado pelo engenheiro-arquiteto pernambucano José de Magalhães, o prédio de três pavimentos tem traçado neoclássico e guarda as características do ecletismo, marca da época de sua construção.

A fachada modulada em cantaria é coroada pelo busto representativo da Liberdade, com sua imagem clássica, que é considerada a marca principal do edifício. Devido a sua importância histórica e arquitetônica, o Palácio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) em 27 de janeiro de 1975.

Na parte interna, o destaque é a escadaria de ferro e mármore localizada ao Hall de entrada, fabricada na Bélgica, em estilo art-nouveau. Os lustres de cristal tcheco, pisos, as belas pinturas do Salão Nobre e o grande mural de Antônio Parreiras também são destaques do acervo, assim como os móveis em madeira dourada do estilo Luís XV e Luís XVI.

Para a integrante do grupo da Melhor Idade da Igreja Presbiteriana, do bairro São Tomás, Ana Felisberto Torres, de 69 anos o dia ficará marcado na memória. O Salão do Banquete foi o que ela mais gostou. “Achei tudo maravilhoso”, diz com um largo sorriso no rosto, antes de seguir apressada para se juntar ao grupo para uma foto nas escadarias do Palácio da Liberdade.

Os elementos artísticos e toda ornamentação, assim como os jardins que mantêm o aspecto original, com suas esculturas francesas confeccionadas em mármore branco e postes que sustentam águias de metal cercadas por luminárias, recebem atenção especial. Um orquidário, um quiosque e um pequeno lago que guardam características da época, ornamentam os fundos do Palácio.