JAÍBA - O vice-governador Antonio Augusto Anastasia anunciou, neste sábado (14), o início das obras de substituição dos sistemas de irrigação do Distrito de Irrigação de Jaíba (DIJ), em Mocambinho, distrito do município de Jaíba, no Norte de Minas, que serão realizadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Serão beneficiados 1.044 irrigantes das áreas A, B, C3, D e F. O investimento total será de R$ 13,7 milhões, com recursos do Programa de Eficiência Energética (PEE), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Foto: José Carlos Paiva/Secom

"Essa nova tecnologia permitirá redução bastante expressiva no custo da energia elétrica e no custo da água dos produtores rurais. Sabemos que aqui é uma região com terra muito rica, mas que necessita de irrigação. Então o custo maior da irrigação nem foi o que foi investido aqui, mas especialmente o custo de manutenção da energia e da água. Essa nova metodologia, felizmente, reduzirá já para mais de mil famílias o custo aqui no Distrito Irrigado do Jaíba", explicou o vice-governador Anastasia.

A iniciativa da Cemig representa uma inovação entre os programas de eficiência voltados para a população de baixa renda realizados em todo o país, pois vai atender a colonos de áreas irrigadas coletivas, que dependem da agricultura para geração de renda. A economia de energia elétrica pode chegar a 55% e o consumo da água utilizada na irrigação pode ser reduzindo em até 45%, gerando redução no valor da fatura mensal, que engloba água e luz, em 33%.

O Projeto Jaíba é fruto de parceria entre o Governo federal e o Governo de Minas. O Distrito de Irrigação de Jaíba é hoje a maior área de agricultura irrigada da América Latina, com área planejada de 107,6 mil hectares e área irrigável de 66 mil hectares. É também o maior produtor de sementes de hortaliças do Brasil.

Participaram ainda da solenidade a secretária extraordinária para o Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, Elbe Brandão; a secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena; o secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues; entre outras autoridades.

Projeto-piloto

O projeto-piloto, iniciado em abril de 2008, já garantiu a substituição de 89 sistemas de irrigação localizados na área F do Distrito de Irrigação do Jaíba. Os agricultores recebem a água bombeada e pagam apenas a fatura de água, que inclui os custos de energia elétrica, obtendo uma redução de 33% no valor da conta, devido à utilização da técnica de microaspersão (sistema de irrigação localizada) e gotejamento, em lugar das técnicas convencionais de irrigação por aspersão.

Após o anúncio das obras, o vice-governador Antonio Anastasia visitou a região do projeto-piloto, onde acionou o painel de controle de irrigação e visualizou o funcionamento do sistema na propriedade de Vandes Veríssimo da Silva. O produtor mora com a esposa e três filhos no local, onde cultiva milho, amendoim, abóbora, quiabo, limão, maxixe, tangerina, arroz, laranja, feijão e abacaxi. A irrigação atinge todo o perímetro da propriedade, que tem dois hectares e meio.

Os novos equipamentos já instalados na região são monitorados e avaliados para garantir ajustes relativos a consumos específicos de energia elétrica e água, produtividade e produção, custos, qualidade dos produtos e rentabilidade. Os 89 colonos irrigantes que tiveram os sistemas de suas áreas substituídos receberam treinamento, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), sobre operação e manutenção dos equipamentos, manejo da irrigação, condução das lavouras irrigadas e gestão da atividade.

A substituição do restante dos sistemas de irrigação vai diminuir o uso da mão-de-obra familiar, permitindo aos colonos se dedicarem a outras atividades, como aperfeiçoamento técnico e lazer. A ação visa, ainda, reduzir o custo de produção dos irrigados – em decorrência da redução do valor da fatura mensal de água –, aumentando a produtividade, a produção e a renda do colono irrigante. Outra meta é aumentar a taxa de utilização das áreas irrigáveis, passando de 32,7% para 58%, um acréscimo de 25,3%.

Os novos equipamentos serão implantados em áreas irrigadas coletivas, que recebem água já pressurizada, por meio de estações de bombeamento secundárias, substituindo sistemas com desempenho fora dos padrões técnicos aceitáveis. O trabalho prevê ainda a reposição de componentes e acessórios por peças originais e treinamento na operação e manutenção dos equipamentos, o cultivo de lavouras adequadas ao sistema de irrigação projetado, adoção da prática do manejo da irrigação e disseminação das técnicas de gestão em projetos de irrigação, ações a serem executadas num esforço conjunto entre a Cemig e Emater.