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Visita ao Palácio da Liberdade supera expectativa de público

Após quatro anos, reabertura da Visitação ao Palácio da Liberdade atrai centenas de pessoas aos caminhos da história de Minas Gerais.

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O  rico acervo presente no Palácio da Liberdade já pode ser admirado pelo grande público interessado em conhecer parte da trajetória política e artística de Minas Gerais. Foi com essa expectativa que uma fila de pessoas se formou em frente ao prédio localizado na Praça da Liberdade, Centro-Sul de Belo Horizonte, desde o início da manhã deste domingo (25), quando foi reaberta a visitação guiada à sede do Governo de Minas Gerais. Após quatro anos fechado para a maior e mais completa restauração já feita, o Palácio da Liberdade recebeu cerca de 700 pessoas, incluindo de outros estados e países, em pouco mais de quatro horas de visitação, que puderam conferir de perto os tesouros artísticos resgatados após as obras, concluídas no ano passado. A reforma permitiu a recuperação da pintura original das paredes, de móveis, lustres e adornos, e ainda eliminou problemas de infiltração que colocavam em risco a estrutura do prédio e do acervo. As visitas públicas podem ser feitas todos os últimos domingos de cada mês, entre maio e novembro – 25/5, 29/06, 27/7, 31/8, 28/9, 29/10 e 30/11 – de 8h30 às 13 horas.

Durante toda a manhã, a movimentação foi grande em frente ao Palácio. Atraídos pela música da Banda da Polícia Militar, centenas de pessoas que passeavam pela praça seguiram em direção ao prédio do Governo, onde puderam ver a troca de guarda do regimento que cuida da segurança do Complexo de Palácios e o hasteamento das bandeiras do Brasil e de Minas Gerais. A cerimônia, que acontece desde 1984, foi acompanhada atentamente pelo professor de história aposentado Antônio Lúcio Pereira, que trouxe a família pela primeira vez para conhecer as belezas e a imponência do Palácio da Liberdade. “O passeio já começou bem! Para mim foi uma surpresa saber que a cerimônia foi inspirada no Palácio de Buckingham, na Inglaterra”, disse o visitante. Durante o evento, a curadora do Palácio da Liberdade, Conceição Piló, foi convidada a hastear a bandeira de Minas Gerais ao som do Hino Nacional.

Caminhos da história

Responsável pelo acervo do Palácio há cerca de 30 anos, a artista plástica Conceição Piló foi também quem conduziu o primeiro grupo do dia, formado por 15 pessoas, ao roteiro elaborado cuidadosamente por técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). “É com muita honra que abrimos as portas deste que é o berço da cidade, o Palácio da Liberdade, que este ano completa 111 anos de história”, disse a curadora ao dar as boas-vindas aos visitantes.

O trajeto, que ao todo envolve 30 cômodos e dura em média 15 minutos, tem início no Hall da Escadaria, em estilo art-nouveau, que foi toda fabricada na Bélgica. “Estou maravilhada com o que vejo. É uma verdadeira obra de arte, um patrimônio mineiro! Já estive aqui há muitos anos, mas muita coisa mudou. Quando fiquei sabendo da reforma que estava sendo feita, isso me motivou a voltar e valeu à pena”, afirmou a dona de casa Maud Santana Aguiar, ao ver as pinturas decorativas no teto da varanda, que foram resgatadas após a restauração. O grupo pôde conhecer ainda a imponência dos salões Nobre, Dourado, das Comendas, do Banquete, do Couro, da Rainha. Também a riqueza de detalhes do quarto do governador, todo mobiliado ao estilo Luiz XV. A curadora também chamou a atenção para o piso da Escandinávia, em parquet.

“É tudo muito bonito e luxuoso. O que mais me chamou a atenção foram os lustres. Nunca vi nada igual”, disse a funcionária pública Maria Enedina da Silva, que se surpreendeu também com a beleza dos tapetes.

O Hall do Elevador foi outro destaque do passeio. Segundo Conceição Piló, foi um dos lugares que mais sofreu intervenções por ter sido encoberto por paredes por cerca de 70 anos, desde a visita dos reis da Bélgica. Originalmente, o local era um pátio, mas, posteriormente, foram erguidas paredes e lajes ao seu redor entre as quais funcionavam banheiros e cômodos sem ventilação. Com a retirada das paredes, o hall do elevador ganhou mais luminosidade. O elevador teve a sua estrutura de ferro recuperada e ganhou vedação em vidro jateado e as portas de madeira foram substituídas por outras de aço.

A visita pública terminou pela Sala de Retratos, local que abriga as fotografias de todos os governantes de Minas Gerais, e pelo Espaço Liberdade, onde os visitantes puderam conhecer a história do Palácio e todo o processo de restauração. Ao final, em meio à beleza dos jardins do Palácio, a curadora ressaltou a importância da visitação pública como forma de valorizar o acervo contido no prédio. “O Governo tem a consciência de que o patrimônio pertence à comunidade. Agora, vocês, para admirar e amar, precisam conhecer. Então, como a comunidade é dona de todo esse patrimônio, ela pode ajudar a preservar, ajudar a manter toda essa beleza. Porque todos nós somos responsáveis pela história, pela tradição. E o Palácio tem uma tradição muito rica, muito poderosa. E o que mais marca é o interesse do povo, o carinho do povo ao fazer essa visitação. Isso me enternece, fico muito sensibilizada”, finalizou Conceição Piló.

O comerciante Sávio Lara, após percorrer o interior do Palácio da Liberdade e conhecer mais sobre a história do Estado, também destacou a importância da presença da população nas visitações. “É tudo muito maravilhoso. Estou estarrecido. Eu até imagino como nós, perto de uma beleza dessas, custamos a ter essa oportunidade. E eu convoco todo o cidadão, que venha conhecer, porque vale realmente à pena”, disse.

Memória

O Palácio da Liberdade, que domina o conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade, teve sua pedra fundamental lançada em 7 de setembro de 1895 e sua construção foi iniciada em 25 de novembro do mesmo ano. Foi inaugurado em 1898. Com projeto de autoria de José de Magalhães, teve sua fachada principal e balaustradas das entradas laterais executadas por Antônio Teixeira Rodrigues, Conde de Santa Marinha.

O empreendimento reflete a influência francesa em sua arquitetura. O requinte do projeto exigiu que grande parte dos materiais utilizados em sua construção fosse importada da Europa. Foi o caso das armações de ferro das escadarias e estruturas metálicas da cobertura, procedentes da Bélgica, das telhas de Marselha, do pinho de riga da Letônia, entre outros. O restante veio do Rio de Janeiro. De Minas Gerais, somente os tijolos, as pedras e a cal. Em 1920, durante o Governo Arthur Bernardes, o Palácio da Liberdade passou por reforma substancial, inclusive em seus jardins, originalmente projetados, em 1899, por Paul Villon, para receber os soberanos belgas em visita a Belo Horizonte.

O Palácio da Liberdade foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) por meio do Decreto nº 16.956, de 27 de janeiro de 1975.

Cuidados

Antes do início do passeio, os visitantes que desejarem conhecer as belezas do Palácio da Liberdade devem seguir algumas normas para garantir a segurança do acervo. Após apresentar o documento de identidade e ser fotografado, os dados da pessoa ficarão registrados para o caso de novas visitas. São proibidos o uso de filmadoras e máquinas fotográficas no interior do Palácio, assim como consumir bebidas ou lanches. Todas as regras são explicadas aos visitantes pelo guias especializados, como por exemplo a importância de as mulheres não usarem saltos agulha durante o roteiro para evitar danos ao piso em parquet. A visita guiada é feita em grupos de até quinze pessoas, com duração aproximada de 15 minutos. Para grupos é necessário agendamento prévio.

Lúcia Sebe/Secom MG 

Fonte: Portal Minas Online

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